Com a Palavra

Lisete Fröhlich conta sobre empreendedorismo e relação com o futebol

Gilson Alves

Foto: Arquivo pessoal
Em 2014, Lisete Fröhlich foi presidente do Riograndense

Lisete Inês Frölich nasceu na Linha 17 de Junho, no interior de Venâncio Aires. Filha dos agricultores Otmar e Hilda Fröhlich, ela trabalhou na roça até os 18 anos. Aos 55 anos, a mãe de Michele e de Matheus tem uma neta, Ana Clara, filha de Michele. No início dos anos 1980, Lisete mudou-se para Santa Maria, onde se formou em Pedagogia e fez pós-graduação em Psicopedagogia. Apaixonada por conhecimento, ela ainda concluiu MBA em Gestão Empresarial, passo importante para ganhar destaque ao abraçar as ações de marketing do Avenida Tênis Clube (ATC). Em 2013, ela foi convidada a integrar o conselho do inativo Riograndense Futebol Clube. Em 2014, Lisete assumiu a presidência do Periquito e tornou-se conhecida, nacionalmente, por ser, na época, uma das poucas mulheres presidindo um time de futebol no país. No ano seguinte, ela renunciou ao cargo. Atualmente, Lisete apresenta o programa diário "Empreender com Sucesso" , na Rádio Imembuí. Nesta entrevista, ela conta um pouco dessa trajetória.

Diário - Você já atuou em várias profissões. Como tudo começou? 

Lisete Frölich - Fui criada na roça ajudando meus pais. Depois, fui abraçando outras atividades, entre elas, caixa e repositora de mercado, profissão que exerci antes de dar seguimentos aos estudos. Cheguei a passar no vestibular para Psicologia, em Pelotas, e morei por um período em Bagé. Mas foi em Santa Maria que concluí o Ensino Superior. Fui professora do Estado, mas pedi afastamento da função para gerenciar uma loja familiar. Ao longo da profissão, ganhei concursos de empreendedorismo e comecei a palestrar e dar consultorias em várias cidades. Assim, me tornei gestora. Hoje, como radialista, apresento um programa sobre negócios na Rádio Imembuí.

Foto: Arquivo pessoal
Em 2016, a empreendedora lançou o livro "@Pra Ser Feliz"

Diário - De onde veio esse talento para vendas? 

Lisete - Veio da infância, herdado dos meus pais, que tiveram um armazém de secos e molhados. Lembro que, ainda criança, enquanto eles descansavam, eu atendia os clientes por uma "janelinha".

Diário - Com essa experiência que vem de berço, o que é empreender para você? 

Lisete - É correr um risco calculado, enxergando oportunidades onde ninguém enxerga. O empreendedorismo pode ser social, como na área esportiva, e em todos os segmentos. Conceitos e práticas de empreendedorismo deveriam estar no currículo das escolas. Houve um tempo em que as pessoas abriam empresas sem conhecimento específico. Hoje é diferente. Elas se preparam antes de empreender.

Foto: Arquivo pessoal
Ao lado dos filhos Michele e Matheus e da neta Ana Clara

Diário - Você presidiu o Riograndense. O que aquele período significa para você? 

Lisete - Foi um tempo de amadurecimento. Presidir um clube de futebol foi uma escola em todos os sentidos. A partir daquela experiência, passei a enxergar oportunidades diferentes. Logo, percebi o quanto a mulher é capaz de comandar.

Diário - Por que você renunciou à presidência do clube? 

Lisete - Devido ao machismo. Não aceitavam que uma mulher estivesse à frente de um clube de futebol. Esse foi o principal motivo do meu afastamento. Eu era constantemente testada. A maioria das pessoas envolvidas queria ver se eu era capaz ou não. Hoje, não sei se pediria para sair, como fiz em 2015.

Diário - O que a motivou a escrever um livro? 

Lisete - Sempre tive o sonho de contar uma história. Então, decidi expor para o Brasil a minha experiência como presidente do Riograndense. Fui a primeira comandante de um clube a visitar o Programa Bate-Bola, da extinta TV COM. À época, fui entrevistada pela Rede Record e ganhei visibilidade junto com o clube. A obra "@Pra Ser Feliz" fala a respeito do viver bem, baseado no domínio da felicidade. Saí da roça e consegui mostrar que a mulher pode realizar muitas ações significativas, é só ter força de vontade. Essas e outras experiências estão no livro.

Diário - Quais são seus planos para médio e longo prazo? 

Lisete - Quero investir nas plataformas digitais. Estou me preparando para projetos nessa área. Pretendo escrever um livro sobre empreendedorismo, vendas e experiências de empresários de sucesso para quem está ingressando na área.


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